Liége Vitorino
No dia 22 de Maio último, a mineradora Vale manteve um encontro de trabalho
com a direcção da Autoridade Tributária (AT) no quadro do acompanhamento do
processo de entrada do novo parceiro, a japonesa Mitsui & CO.
Tomaram parte no encontro dirigido pelo Presidente da AT, Rosário
Fernandes, o Director Geral de Impostos, Augusto Tacaríndua, o Director Geral
Adjunto do Gabinete de Planeamento Estudos e Cooperação Internacional, para a
área da Política Tributária, Receitas e Recursos Naturais, Aníbal Mbalango, e
outros quadros de direcção e chefia. Em representação do Grupo Vale, encabeçou
a respectiva delegação o presidente, Pedro Gutemberg, que se fazia acompanhar
por especialistas ligados à área financeira.
Na agenda constou um único ponto que consistiu na abordagem da monitoria
das transacções fiscais que está a ser acompanhada a par e passo pela AT, na
sequência do acordo de investimento alcançado entre a Vale e a japonesa Mitsui,
em Dezembro transacto, que culminará com a entrada deste novo parceiro no
mercado nacional.
O presidente do Conselho de Administração da Vale, teceu considerações
sobre a situação do mercado de carvão, justificando que, a queda no preço das
commodities nos últimos tempos, agravada nos últimos dois meses, são a
principal causa da redução drástica dos investimentos do grupo brasileiro na
carbonífera de Moatize, na Província de Tete.
Sublinhou que, tal situação afecta sobremaneira o fluxo de caixa da Vale e
a sua capacidade de investimento e manutenção de operações não rentáveis. “Nos últimos meses, vimos a queda ainda mais
acentuada do preço de carvão metalúrgico. O preço do melhor carvão de Moatize
está em $77/ton FOB Beira. Enquanto que, o preço de carvão térmico, que ronda
neste momento US$55/ton, continua mais baixo do que o custo logístico terrestre
( apenas até Beira), inviabilizando ainda mais a sua venda”, acrescentou.
Outro aspecto salientado pelo PCA da Vale que torna também as operações
incomportáveis tem sido o factor distância, que feitos os cálculos de Moatize
ao Porto da Beira são 680 quilómetros.
Em termos de perspectivas futuras, de acordo com a média feita pelos
analistas de mercado, os preços do carvão metalúrgico e térmico manter-se-ão em
patamar muito deprimido até 2018 devido à sobre-oferta no mercado mundial e
redução do crescimento chinês.
Estimativas avançadas pelo representante do grupo brasileiro sobre a
projecção de resultados da Vale no que concerne ao carvão de 2015 até 2017,
apontam para prejuízos acumulados na ordem de U$ 1.130 milhões, sendo que, em
2016 registar-se-à um prejuízo operacional na ordem de U$ 430 milhões e U$300
milhões em 2017. ( X )
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