Texto de Liége Vitorino
Fotos de Ricardo Nhantumbo
O PM, Carlos Agostinho do Rosário, conferiu posse no pretérito dia 24 de
Setembro, a nova presidente da Autoridade Tributária de Moçambique. Trata-se da
economista, Amélia Nakhare, que vinha desempenhando as funções de Vice Ministra
da Economia e Finanças, no presente mandato, e substituíu o Dr. Rosário
Fernandes.
Presidente Autoridade Tributária de Moçambique, Dra. Amélia Nakhare, no acto da leitura do termo da tomada de posse. |
Formada como perita aduaneira no Instituto Comercial de Maputo (ICM) e
licenciada em economia pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), na última
década, Nakhare desempenhou funções em outras instituições públicas,
nomeadamente no Instituto Nacional de Estatística (INE), no extinto Ministério
da Planificação e Desenvolvimento, como Vice – Ministra, tendo no início do ano
sido reconduzida para o pelouro de Economia e Finanças.
Em acto separado, o PM conferiu posse a PCA da Empresa Nacional de Parques, Ciência e Tecnologia, a Dra.
Flávia Zimba.
Testemunharam a cerimónia, o Ministro da Economia e Finanças, Dr. Adriano
Maleiane, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Jorge Nhambiu, entre outros
destacados quadros da Administração Pública.
O PM, esclareceu que, pesou na nomeação das aludidas funcionárias superiores
a sua larga experiência e competência demonstradas nas funções que vinham desempenhando
até ao momento. Acrescentou que, a nomeação enquadra-se nas acções em curso de
reforço às instituições públicas, com vista a operacionalização com sucesso do Programa
Quinquenal do Governo 2015-2019.
Formulou votos de sucesso e de esperança as duas dirigentes que, na sua
óptica darão o melhor para o contínuo crescimento das instituições públicas que
passam a dirigir.
Destacou que, o objectivo
principal a alcançar com a criação da Autoridade Tributária em Moçambique é a
melhoria do desempenho da colecta de receitas públicas, com o intuito de
reduzir o défice fiscal no País; atender as necessidades crescentes da despesa
pública e contribuir para o combate à corrupção na importante área da Administração
Tributária.
Com um discurso bastante
eloquente, o governante explicou que, desta forma, pretende-se aumentar a
eficácia e a eficiência da administração fiscal, e isolar as funções da
administração fiscal de interferências indevidas, alcançando-se melhoria de
mecanismos, de responsabilização e prestação de contas.
Crê que, a nomeação da Dra.
Amélia Nakhare na nova função, com a sua experiência adquirida no Governo será
reforçada cada vez mais a relação institucional entre o Executivo e a Autoridade
Tributária.
Pois, conforme afiançou, são
relações de trabalho institucionais, de complementaridade, que podem contribuir
para o bom desempenho da gestão tributária em Moçambique.
Presidente Autoridade Tributária de Moçambique, sauda o Primeiro Ministro, Carlos do Rosário |
Observou que, no contexto desta
complementaridade, o Governo tem a responsabilidade de estabelecer a política
tributária, enquanto que, a Autoridade Tributária, por sua vez, tem a
responsabilidade de executar tal política no contexto de completa autonomia
funcional livre de qualquer tipo de interferências.
O governante instou a Autoridade
Tributária a contribuir, para que o Governo seja atempadamente retro - alimentado
com dados que lhe permitam definir e acompanhar a execução da política
tributária por si definida, e deste modo aferir a adequabilidade dos impostos à
realidade social e económica e a adesão dos contribuintes ao sistema
tributário.
O Executivo está ciente que a nova dirigente da AT dará
continuidade e imprimirá ainda maior dinâmica à implementação de acções de
política tributária e aduaneira que vinham sendo bem desenhadas pelo seu
antecessor, disse.
Enumerou alguns pressupostos
que vão impulsionar o desempenho da colecta de receitas públicas com vista a
reduzir o défice fiscal e alargar a base
tributária bem como a expansão dos serviços tributários por todo o território
nacional, destacando-se a melhoria da credibilidade do sistema da Administração
Tributária; a consolidação da segurança das fronteiras através do sistema de
controle não - intrusiva de mercadorias a fim de proteger a economia nacional,
a continuação da consolidação da modernização do sistema e – Tributação; a melhoria
dos serviços de atendimento ao contribuinte e a redução dos custos de
incumprimento tributário dos mesmos e o combate enérgico à corrupção no sistema
da Administração Tributária.
Num outro desenvolvimento, o PM
disse que, a ciência, a tecnologia e a
inovação assumem-se como factores catalisadores da produção, crescimento e
desenvolvimento sócio - económico sustentável orientado para a melhoria das
condições de vida das populações.
Referiu que, é neste quadro que
o Governo criou os parques de ciência e tecnologia para a partilha do saber
através da investigação e transferência de tecnologias, com maior enfoque entre
outras no domínio da agricultura, pecuária e bio-tecnologia.
Recomendou que, os resultados
das pesquisas devem ser colocadas à disposição das populações, com a finalidade
de aumentar a produção e a produtividade, os postos de trabalho, os rendimentos
das famílias bem como a segurança alimentar e nutricional.
Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Parques, Ciência e Tecnologia, a Dra. Flávia Zimba |
“Assim, é nossa esperança que a Dra Flávia Zimba, nova PCA da Empresa
Nacional de Parques e Tecnologia imprimirá uma maior dinâmica na implementação
dos projectos em curso e dará vida aos projectos em carteira”, frisou.
Considerou que, neste âmbito,
revela-se importante efectuar um diagnóstico, estabelecer e elaborar em três
meses uma estratégia de desenvolvimento da empresa alinhada com o Plano Quinquenal
do Governo.
Elucidou que, o sucesso da
actuação das novas presidentes nas respectivas áreas de trabalho para as quais foram
nomeadas vai residir fundamentalmente na capacidade de ganhar as mentes dos
trabalhadores; trabalhar em equipa com o apoio de quadros de reconhecida
integridade e competência e pautar por uma gestão cuidadosa e transparente dos
recursos humanos e financeiros.
Aproveitou a ocasião para
dirigir palavras de apreço ao quadro cessante, Dr Rosario Fernandes, aferindo
que, foi com o seu elevado profissionalismo, empenho e dedicação e sacrifício
que foi possível o aumento da colecta de receitas públicas, alargamento da base
tributária e expansão dos serviços tributários pelo território nacional.
Reiterou que, com o seu empenho
e dedicação ao longo de quase uma década à frente da Autoridade Tributária tornou-se
possível a instituição melhorar a sua credibilidade e desempenho.
Nakhare privilegia três
vectores:
receita, expansão e integridade
Entretanto, à margem da cerimónia, a Imprensa auscultou a nova
dirigente da Autoridade Tributária sobre os desafios que tem “na manga”,
atendendo o seu perfil, entanto que, quadro “da casa”.
Presidente Autoridade Tributária de Moçambique, na assinatura do termo de tomada de posse. |
Reconheceu que, em termos de
receita, os resultados ora alcançados são bastante promissores dada a
capacidade de financiar o Orçamento Geral do Estado pelo menos no que concerne
às despesas correntes o que é bastante positivo.
“Dos desafios colocados por sua Excelência o Primeiro Ministro é que primeiro
temos que ter a percepção de que é necessário consolidar a receita, com base na
Visão, Princípios e Valores da AT”, anotou
Segundo Nakhare, no sistema
tributário foram estabelecidos três elementos fundamentais, destacando-se a receita em primeiro plano.
Assim, é imperiosa a concentração na receita no sentido de que se possa
maximizar e se alcance a execução da política fiscal e tributária.
O outro desafio está
relacionado com a componente inicial relativa à receita que é a expansão não
apenas da receita mas também do sistema tributário. Ao falar da expansão do sistema tributário a dirigente referiu-se em primeiro lugar ao capital humano,
atendendo que, são os quadros da instituição que garantem a eficiência e
eficácia do sistema tributário. Para tal, é necessário que a organização desses
quadros seja feita através de uma equipa que permita um valor acrescentado.
Advoga, por outro lado, que o
proponente mais importante no processo de tributação é o contribuinte. Crê que,
deve-se dar primazia ao contribuinte
através de acções de expansão da educação fiscal atendendo serem pagadores do
tributo e porque existe essa sensibilidade as acções serão continuadas. O outro aspecto que mereceu atenção
por parte da nova timoneira também ligado ao sistema tributário é o alargamento
da base tributária.
Considerado também desafio crucial,
é a componente integridade, tendo a presidente Nakhare chamado à necessidade de
se prestar maior atenção naquilo que ainda continuam a ser “janelas de escape” da
receita do Estado através da evasão fiscal e de outros crimes conexos.
“É necessário que estejamos conscientes da necessidade de que essas
janelas fiquem fechadas. E a integridade a começar pelo agente do Estado que
faz a colecta deste imposto é muito importante através da consciencialização.
Precisamos de ser bastante imponentes, exigentes no cumprimento da lei”,
vincou, acrescentando que, por outro lado, é necessário que esta integridade
seja transmitida a todo o sistema.
“Se o agente sozinho é íntegro facilmente poderá ser aliciado. É necessário
que todo o sistema tenha consciência de que este desafio é conjunto. E,
acreditamos que vocês são parte integrante do processo e vamos contar convosco.
Apresentamos três elementos, primeiro, a receita, segundo a expansão, terceiro
a integridade. E, assim, fazemos a composição de três letras e assim sai o “REI”,
da Receita, da Expansão e da Integridade”.
A uma insistência de como pensa
lidar com actos de corrupção, respondeu que, o sistema tributário é consistente
com a legalidade, consciente com a transparência, sendo um sistema que não
pactua com a corrupção.
Repisou os três principais
desafios a Receita, a Expansão e a Integridade. Segundo a presidente Nakhare, a integridade não se consegue no
obscuro. É possível alcançá-la somente com o cumprimento escrupuloso da lei.
“Nós falávamos aqui que é importante que chamemos à consciência, não
apenas aos agentes, actores do lado da Função Pública mas também os proponentes
que são aqueles a quem nós colectamos a receita. É necessário que toda a
sociedade esteja consciente de que é necessário cada vez maior acutilância no
cumprimento da lei no que se refere a legalidade e a integridade”, concluíu.
e - Tributação
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