-segundo P-AT
Texto de Liége
Vitorino
Apesar de esforços feitos a
todos os níveis ainda persistem desafios na componente da captação do imposto.
Assim se expressou a Presidente da AT, Amélia Nakhare, numa palestra dirigida recentemente
à Comunicação Social alusiva ao décimo aniversário da instituição assinalado no
dia 22 de Março do corrente ano.
Reconheceu, que há muito que
fazer, daí que se colocam desafios para que os moçambicanos cada vez tenham
mais consciência sobre a necessidade de pagar imposto, atendendo o défice orçamental
porquanto a economia ainda é financiada pelo exterior a volta de 30%, sendo o
remanescente coberto por fundos internos.
De acordo com informações avançadas
pela economista Nakhare, a carteira fiscal de contribuintes cadastrados no
sistema tributário nacional ronda apenas 4 milhões de um universo populacional
estimado em pouco mais de 25 milhões de habitantes em todo o território
nacional, sendo que apenas 1% paga o imposto da população tida como
economicamente activa.
Fazendo uma retrospectiva dos
últimos oito anos, a timoneira da AT destacou que, o rácio quase que duplicou,
o que significa que a razão entre a receita e Produto Interno Bruto (PIB) em
Moçambique aumentou nesse período, situando-se acima dos 29%.
“Se se observar a população economicamente activa há a sensação de um
intervalo. Desta população não chega a 0.5% dos que pagam o imposto. Dos 4
milhões de moçambicanos apenas 1% da população é activa, o que coloca desafios
maiores. Se olharmos para os principais agentes em termos de impostos que dão o
seu contributo para o desenvolvimento porque actuam directamente no sector
produtivo, verifica-se que, o intervalo varia em torno dos 24%, o que equivale
a 76% da população de contribuintes, pessoas colectivas que não estão a pagar o
imposto”, elucidou.
Elencou como um dos grandes
desafios da AT, o papel do jornalista na gestão e promoção do sistema
tributário sobretudo no tocante à educação fiscal. “Cabe a cada um de nós no seu dia-a-dia advogar a necessidade de que a
nossa contribuição para o desenvolvimento depende sobretudo do nosso dever de
cidadania no pagamento de impostos”, salientou.
Num outro desenvolvimento esclareceu que, a tarefa do Estado é de ir buscar
o imposto. “Quando vai
buscar o imposto é para redistribuir esta riqueza pelos outros que não podem
produzir, ou que não estão em idade de produzir ou que já produziram e estão
cansados. Tem que ficar claro nos moçambicanos que a tarefa subjaz no aumento da
produção e da produtividade, então aí estará a fazer o seu trabalho”, sublinhou.
Explicou que, o Estado dá
oportunidades, pois “o dinheiro está com
o produtor no mercado formal e/ou informal, e é lá onde se busca o dinheiro
para se fazer o investimento. Então, é nossa tarefa produzir, e por via de
consequência aumentar a produtividade. São os moçambicanos que devem tomar essa
decisão para reverter o actual cenário. É preciso identificar as fragilidades
que existem na economia como resultado das externalidades de modo a superá-las”.
Alguns jornalistas intervieram na ocasião, e trazemos os depoimentos de Gervásio
de Jesus, da Revista Indico, que congratulou o exercício que a AT tem estado a
fazer sobretudo no que diz respeito a redução de algumas taxas para
possibilitar a importação de bens no país.
Todavia, lançou um repto à AT no
que tange à participação do próprio cidadão no desenvolvimento do país, tendo
sugerido uma análise aprofundada na esteira das reformas desencadeadas pela
instituição sobre as razões que fazem com que o cidadão não adira de forma
voluntária ao pagamento do imposto. e -
tributação
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